sábado, 31 de julho de 2010

A árvore que pensava


Como toda história começa com “Era uma vez...”, a minha começá-la-ei. Tratava-se de uma cidade pacata, pequena e de interior, que apresentava um cenário bucólico bastante imagético: uma pracinha com um lindo coreto. Ao redor dele havia várias árvores. Uma dessas árvores, porém, se destacava em comprimento de galhos, apresentava poucas flores, folhas graciosas e frutos raros. Havia um fenômeno extraordinário, transcendental e único por trás dela o qual despertava reclamações e murmúrios.
Com o pensamento envolto e a balançar com o vento, a árvore pensava. Era o que a diferenciava das outras árvores. Ela não falava, mas pensava. E muito.
Com o passar do tempo tais pensamentos começaram a incomodar a vizinhança, visto que cada folha que caía dos galhos extensos, que se alavancavam cada vez mais próximos às calçadas, sujava diariamente o chão. Todos os dias um excesso de folhagem era retirado.
Num certo momento, um morador, cansado de varrer todos os dias sua calçada, podou a árvore. Como não podia se defender, ela foi massacrada pelos açoites da ferramenta e pelo sofrimento. Infelizmente ela só pensava. E pensava muito a ponto de se encher, durante a noite, de entusiasmo (para quem não sabe esta palavra significa “encher-se de Deus” em sua origem etimológica).
Com o poder de pensar, a árvore cresceu o dobro em termos de galhos, folhas, flores e frutos enormes, que antes era raro ter. Algo extremamente inacreditável pairava naquela praça a ponto de mistificar e afligir tudo que se encontrava ao redor.

      
              Ao amanhecer, os moradores daquela cidade ficaram apavorados e perplexos com aquela visão. Muitos nem acreditaram, outros passaram mal e alguns acharam que era puro delírio. No entanto, o morador que podou a árvore ficou irritadíssimo e se sentiu afrontado.
Então, entrou em sua residência, pegou um material estranho e incinerou a árvore preferindo ficar na mesmice a ter que se sujeitar a uma nova filosofia de vida.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ser palavra


Hoje acordei pensando em você,
no calor dos seus braços
e no toque suave de seus beijos.
Assim descobri que você
era o sol de minha vida.


E o verbo se fez Palavra.


Quero ser palavra
Doce, suave, meiga
proliferando diversão,
alegria, contentamento.


Vejo o sol e meus pensamentos vagam
com o brilho excessivo que há nele.


Quero sorrir vendo o mar.
Aquele mundão de Deus
distribuído em água salgada.


Não vejo teu rosto,
mas desejo pegar em tuas mãos
e caminhar por ai.
Juntos venceremos os problemas.
e felizes ficaremos.



 

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Rô, amor e condolência!

Um dia a vida se expira,
a dor se esvai,
perde-se o leme do barco,
priva-se de amar,
carece o entusiasmo,
falece o desejo de estar junto,
de nos unimos em família
para festejar o belo,
de se reencontrar,
de matar a saudade,
de apertar as mãos,
afagar os cabelos,
tirar retratos
e de dizer “eu te amo”.
Mas não se gasta a lembrança
pois ela jamais morre conosco
por se tornar nossa eterna riqueza.
Isso não se torna absorto
fugaz nem efêmero,
já que eterniza-se em memória
aquilo que se viveu e conquistou nessa vida.
Nada se torna escasso,
tudo se frutifica em pensamentos,
para, um dia, abraçar Deus.


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Serra da Bolívia



Visão resplandece
um Elefante Sentado
a nos contornar.

 

terça-feira, 27 de julho de 2010

Chega de escuridão!

Chega de escuridão!
Que portas se abram
para uma nova perspectiva.
Um novo caminho à frente,
uma nova estrada,
uma nova construção de ideais
ressurgem das cinzas
feito a Fênix.



segunda-feira, 26 de julho de 2010

Desvanecimento




Estilhaçar palavras
podem espalhá-las?

domingo, 25 de julho de 2010

De repente...

De repente nada se descobre
e a alegria ressurge
em pequenas gotas de orvalho:
límpidas, translúcidas, incolores.
Ela se junta à areia
e os grãos ficam molhados
de beijos, de amores, de sonhos fugazes.
Alicia-me,
mas não crie esperanças em mim
nem use a mentira como pressuposto teórico.
De repente a clarividência
tornou-se meu advérbio
para exprimir novas circunstâncias
e buscar, com o tempo,
uma nova sensação de prazer.


 

sábado, 24 de julho de 2010

Simetria


O que há por trás do texto
e da imagem?
Tesouros escondidos?
Grandes piratas que
roubam sentimentos?
Ou uma relação ou disposição
para navegar em outro
plano imagético?


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Lapsoeta




Poeta ingênuo,
agora nada de lapso,
modifique tudo.






quinta-feira, 22 de julho de 2010

Apologia às escrituras

Se todos usassem o ato de escrever como vício incurável, insanável ou como aquele que se torna possuidor de mentes, almas e divindades o mundo estaria repleto de grandes leitores sapientes.
Aí sim o ato de escrever não seria nem se tornaria uma droga, seria a droga que incendeia corações e mentes em busca de conhecimentos. E pela escrita se conhece o mundo, o universo, os cenários e as construções das personagens que, muitas vezes, saem dos livros para as telas de cinema.

Incentivar a leitura e escrever um texto é algo que deve ser difundido e propagado sempre. A voz escrita é tão importante quanto à falada, pois ambas abrem mentes, caminhos, horizontes e desvendam histórias de povos desconhecidos, de personagens inventados por um autor, que busca uma recepção e uma relação com seu leitor, formando-se a tríplice aliança (leitor > autor < obra).
Enfim, louvemos o texto e o que se encontra por trás dele. Descubra-se e adéque-se a ele. Viva um novo sonho, uma nova perspectiva de vida e vicie-se pela leitura e pelo ato de escrever.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Fulmina-se paixão

Fulminam em mim palavras
eloquentes, sapientes,
introdutórias,
repletas de imagens acústicas
oriundas de um universo
Tão-Tão-Distante,
que, pouco a pouco,
se refaz o amor,
aprisiona obsessivamente
na curva generosa da paixão.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Palavras dos abutres II

Palavra é sempre palavra, talvez seja por isso que criamos nomenclaturas para os abutres que nos envolvem 24h ou uma mera antonomásia a fim de filtrar o objeto desejado por meio da contiguidade. Sei que a antonomásia trata-se de uma simples metonímia quando substituímos um termo por outro afim. Ela designa um nome por outro, mas caracterizando-o e qualificando-o, por um feito ou fato que a distingue das demais. E assim ocorrem todos os dias ao meu redor, pois abutres voam, conforme havia falado em Palavra dos Abutres I, perambulam para destruir o alvo.
Houve um momento, precisamente em Niterói, tive que ouvir dentro do ônibus:
- Temos pessoas especializadas para matar - sussurrou uma pessoa ao meu lado pelo celular.
E logo em seguida uma voz masculina afirmou enfaticamente:
-Vamos te pegar! E jogaremos o cadáver em São Gonçalo.
E assim começa o conto. A aventura esquenta e esfria para chegar a um clímax. Criam-se personagens para mostrar a realidade cruel, desapontadora e, organizadamente, prontos para cometer um crime hediondo ou para apagar as palavras que deixo aqui.
Não sei até que ponto o comportamento humano é destruidor, corruptível, eversivo, demolidor e predatório. Não obstante, as aves de rapinas não só grasnam como também falam de forma invisível, em meio a transeuntes, com suas grandes tecnologias de voz e análise dela.
Com efeito, o objetivo deles é corromper, oprimir, reprimir, pressionar, recalcar, desesperar e enlouquecer exageradamente o ser. Todavia, há uma fortaleza ao meu redor. Eles confabulam entre si. Sempre há entremeadas vozes femininas e masculinas. Trocam de turno para azucrinar arduamente os tímpanos:
- Vou dar uma coça nele! - afirmou determinado uma voz masculina com seus podres poderes.
-Vou matar ele!!- responde outro com ódio supremo, mostrando a ira tosca e subversiva de um alucinado de forma sórdida, nojenta e repugnante.
- Salafrário não! Salafrário não! - ratificou enfatizando aquele que abusa do poder supremo da palavra e da ordem.
E assim sussurram, aos poucos, dicotomias falsas e falácias sem concatenação textual. Não basta somente acusar, ameaçar de morte, pois invadem meu espaço arduamente.
Não obstante, a vida continua. E se vive paulatinamente todos os dias, um de cada vez, a espera da ação inimiga. Enquanto isso, deixo a vida me levar em ordem, afinco e entusiasmo divino: junto de amigos, familiares, estudos, trabalho e blog.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Epigrama Gótico


Polissemia entre escuro e negro
Antonímia entre vida e morte
Cemitério avista
Roupas pretas
Cabelos lisos
Maquiagem pesada
Compondo um novo ar.

domingo, 18 de julho de 2010

Florindo-se



Flores multicores,
perfumadas, coloridas,
com muitos amores.

sábado, 17 de julho de 2010

Leitor labial



Aparelho bom!
Preciso de um desse
que segue aonde vou.
Aparelho analítico de vozes
que ressoa e destoa minha voz.
Ela é única mesmo entre várias,
Insubstituível, inexorável, implacável.
Aparelho quase descartável,
necessita-se de meios, de ajustes
para te analisar:
dentro do trem, do carro, da padaria,
da loja, da escola e do lar.
Grande detector de lábios,
de pensamentos,
de leitura quase óptica,
que avalia sem proporções
a hipocrisia e o vexame
por medíocres idiossincrasias.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

CIDA

Carinhos têm de sobra
Ilusões bem poucas
Dê para receber
No mundo tudo tem seu valor
É criar vida nova
Idealize e lute
Amar é bem melhor.


À Cida Reis.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Apeteça-se


Não digite nada
mas entremeie palavras
para saboreá-las
com mel e castanha-do-pará.

Não prossiga sem mim
E apeteça a todo instante o paladar.
Deguste o que se pode ler.
Faça da leitura um deleite extremo.

E assim caminharemos,
sempre juntos,
virtualmente,
pois não há ensaios para a vida.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Enumerações e alegoria poética


A rima se constrói quando
se tece as vozes das lavadeiras no rio,
os rumores dos ventos,
o galope dos cavalos na estrada,
as intrigas das alcoviteiras nas janelas,
o poeta a compor seus poemas,
o jornaleiro vendendo jornais,
o jornalista escrevendo sua matéria importante,
os olhos da criança a piscar,
e o casal de namorados na praça se beijando.
Tudo emergindo em significação.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Alternando questionamentos

“Ou isto ou aquilo?” Mencionava a poeta Cecília Meireles alternando a posição dos pronomes demonstrativos. Até que ponto o isto pode chegar a um determinado presente ou até que forma o aquilo pode com exatidão trazer o longe para perto, já que seus limítrofes se distanciam e se aproximam do passado longínquo. Não se descobriu a metáfora dessa demonstração, mas seu valor morfológico. Portanto, procura-se muito por tais expressividades.
Cada vez que se escolhe ou se exclui um objeto, pragmaticamente se prepara para uma retórica e, assim, não se pode sabia e embevecidamente obter êxitos com o que se é respondido ou com o que se pensa da anáfora. Todavia uma coisa é certa: que ações, desejos são encontrados a fim de preparar o espectador para uma futura odisséia. Então caminhemos e viajemos nas palavras.
Dessa forma, o questionamento alternativo buscar-se-á respostas nada prontas, no entanto será isso que o conectivo apresentar-se-á com clareza e coesão textual: opção e alternância de dados enumerados pelo escritor.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Versinho do I



Comendo amendoim
fiz um lindo versinho
Não fique intrigada, Amorzinho!
Pois feliz tocarei meu bandolim.

domingo, 11 de julho de 2010

Cappuccino e Aforismo


Bem-aventurados chocolate, leite em pó, Nescafé, bicarbonato de sódio, pois misturados e transformados tornam-se o elixir do prazer. Salvai Cappuccino!


















sábado, 10 de julho de 2010

Metalinguagem do poema: comunhão prosaica


Receitar e prescrever palavras não os forma em poesia, pois não há nenhum método claro para criá-la. Não basta juntar e agrupar palavras com significantes e significados, já que é preciso uni-las num verdadeiro elo significativo: voz.
Com efeito, alguém precisa falar e testemunhar o que será dito numa associação recíproca de dois ou mais organismos diferentes que lhe permite viver. E o laço se cria e recria numa vida em comum: palavra e voz. Esta é a impulsão, o eu lírico, o clamor, o brado de quem se fala. Enquanto aquela é a frase construída, é a forma que o verbo e o substantivo se entrelaçam para co-existir numa perfeita comunhão. Assim, tratar-se-á de uma promessa verbal, doutrinária, apresentando sons que articulam entre si e gerando essências poéticas. Enfim, produz-se o vocábulo e ele se permite falar.
Dessa forma, palavra e voz se combinam para engendrar o poema, uma vez que se sente a necessidade de explicar os termos numa perfeita metalinguagem: o poema é palavra e voz. Ele é uma estrutura que declara e diz algo para o leitor. Exprimem-se imagens por trás do pensamento. Exorta-se um tema e dar vida a “realidade” escrita. Aos poucos, compõe-se o verso particular do autor, cuja inspiração desperta o sentimento do belo e suas qualidades.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Palavras dos Abutres

Todo enredo se mistura com o real. Isso não é imaginação, mas fatos que acontecem em nossa volta. Imagine abutres voando, orientando pessoas a fazer algo e se comunicando com agilidade. Sim, eles fazem isso. Muito. Basta sair à rua para pegar sol ou chuva, ou viajar para estudar que lá se encontram eles animados para destruir o alvo. O mais engraçado que sinto cada vez mais forte, principalmente quando escrevo e o indisponho a ouvir e ler sobre suas palavras proferidas.
“Agora ele tem uma pasta”. Cheguei a pensar será que é rosa? É mais uma ocorrência leviana mista de fel e mentiras? Depois harmonicamente e sem hesitar disseram:
- Se ele gravou vou dar uma coça nele!!!
Até o prezado momento as palavras malfadadas encontraram-se na mente e no MP da vida.
De repente, do nada uma piranha de elite responde:
- Ele ta sonhando que é mulher?
Pensei assim com meus botões: “Acabou para o Cappuccino!” Revigorante das almas.
Da abstração ao concretismo, do surrealismo ao real, breve conhecerão os abutres que perambulam ao redor de mim. De vez em quando usam laços cor de rosa e gravatas em forma de fardas. Quando não se escondem à paisana para desorientar o mundo que o permeia.
E quem não os tem? Você, leitor. Pois estes me sondam 24 horas. Enquanto a inspiração e o ódio juntos não acasalam numa perfeita comunhão, tudo é mistério. Não obstante nos encontramos aqui para desvendá-los. E assim aos vermes da sombra diremos: “Morte eterna!”

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Cais


Barco ancorado no porto
pronto para partir.
Trata-se do ponto de embarque e desembarque,
cursos de água, estações de caminho-de-ferro.


Parado percebe-se a imensidão do mar
em que Poseidon reinava
e governava os mares
com toda sua fúria.


Num piscar de olhos,
fantasias escapam em pensamentos
efervescendo a água salgada
ao redor do cais.



Em movimento se perde
Na grandeza infinita
azul-esverdeada,
Totalmente insípida e inodora.




Cardumes tornaram-se
grandes e intensas alegorias
magnífico baile onde sereias e tritões
transladam o oceano.



Águas-vivas dançam belissimamente,
Golfinhos coreografam
de forma intensa, aplausível
e muito tenaz.


E depois de horas a navegar
retorna-se magicamente ao local de origem
prontos para descobrir e
desvendar o dia seguinte.


 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Concreto



Se eu te der a tela,
as tintas e o pincel,
você constrói
nosso horizonte de expectativa?

terça-feira, 6 de julho de 2010

A bailarina


Com várias piruetas,
bailando no ar,
ela se move,
estica as pernas com elasticidade
e faz o famoso espaguete
transformar-se em poesia.
Fica na ponta do pé,
gira, abaixa, rodopia, salta, brinca
a bailarina
num ziguezague frenético
com toda sua expressão corporal.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

brazil


brazil,
estou farto de tanta mediocridade,
pois os brazileiros pensam que são gente?!
seu lirismo bem comportado,
comedido, dolarizado,
é, simplesmente, minúsculo e com Z.
mas um brazil varonil
que faz o Rio virar Hollywood
e Sampa a brilhar
com baianos, os gaúchos, e seus dialetos,
somos mutante de raça,
conhecendo o avesso do avesso
de um tênis americanizado,
achando bonito o que é imagem
e pensando que é brazileira.
brazil,
dos ricos políticos
e cantores internacionais,
de cara pintada,
partidário até demais.
com as palmeiras encharcadas
de imitações grotescas,
assombrosas, porém com Z.
disfarçados com S fantasmas
que modificam e mistificam o zumbi.
brazil, brazil, um Oscar falsificado
quando
            será
                   Brasil
                            de
                                verdade?
pois só o vejo de terceiros,
desvairado,
                  pequeno,
                                 e com Z
                                              brazil!


domingo, 4 de julho de 2010

Antropofagia




O inimigo se devora
para adquirir suas
melhores qualidades.
Come-se a mente primeiro
para depois usufruir de sua essência.


No fim, não sobra nada
nem o sexo.



Haicai de pimenta



Arde, queima, dói
íntima união nossa
racemosamente.





sábado, 3 de julho de 2010

Rapto, sexo e foda-se

Vou raptar teu sexo e levar-te a uma caverna escura e fria para aquecer-te, como lamparina dos desejos. Lá deitados no chão nos envolveremos não como animais, mas sedentos por paixão e desejo excêntrico de realizar teus sonhos fugazes.
Nossos corpos se entrelaçarão até a chegada do verdadeiro orgasmo bem definido e bem aproveitado. Tua pele macia se juntará à minha num puro deleite. Beijar-te-ei e chupar-te-ei excessivamente.
Nossa foda será vista e contemplada por uma grande constelação, que nos ilumina. É prazeroso gozarmos juntos num puto êxtase. Tudo são carne e espírito ao nosso redor e o que nos envolve num perfeito elo significativo.
À proporção que teus lábios tocam em meu corpo e no meu sexo, sinto-me desvairado de prazer. Desejar-te-ei cada vez mais dentro de mim e dentro de ti permanecerei também, num só momento carnal, já que me faz chegar ao melhor dos espetáculos e acreditar no show da vida, ou melhor, de nossas vidas.
Nosso sexo entra e sai num vai-e-vem e movimentos simbióticos criam performances aprazíveis de pecado. Nossa religião tornara-se nosso corpo munido de mel e terra. Aquele para adocicar nossos ósculos e esta para nos afagar de pó sub-reptício aos contentamentos afrodisíacos, molhados e sujados por aqueles líquidos pegajosos que escorrem em nosso sexo, corpo e boca.
De saliva a saliva moldamos e fruímos emoções, visto que nossa voz se alimenta da carne, da alma e de nossos corações. Satisfar-te-ei e agradar-te-ei sempre que nos unamos para inspirar nossa história sexual: introduzindo, metendo pouco a pouco, sexo no sexo.
Assim, Eros aplaudirá nossa união e nossos feitos sexuais. Eu e tu, tu e eu, juntos num amor “I love you” permaneceremos e gozaremos como nunca dantes gozados.